Duelos incríveis marcam passagem do Super Seven by Toyo Tires pelo Circuito de Jarama

Tal como as ‘radiosas’ corridas do Super Seven by Toyo Tires, o sol acudiu em ‘peso’ e decidiu não arredar ‘pé’ dos arredores de Madrid para a segunda ronda do Troféu monomarca promovido pela CRM Motorsport. Apesar da ameaça de chuva que pairava no ar e que condicionou a primeira sessão de treinos livres, as duas corridas do fim-de-semana no espetacular Circuito de Jarama decorreram com o piso seco, dando azo a que os ‘super pilotos’ atacassem a fundo o cronómetro e os seus adversários na busca incessante por serem os mais rápidos em pista.

Com ‘casa’ totalmente cheia, também devido à integração desta segunda prova do campeonato no sempre interessante Jarama Classic, 33 destemidos compuseram a maior lista de inscritos do corrente ano, perfilando, assim, duas grelhas muito preenchidas em cada uma das corridas.

Embora rápido e sinuoso, com declives de ‘cortar’ a respiração, os pilotos utilizaram, ainda assim, táticas diferentes na abordagem ao traçado: houve quem preferisse obter um primeiro contacto “no virtual”, como Luís Filipe Oliveira, e quem saltasse diretamente para o asfalto com o conhecimento que trazia de experiências anteriores, como Ricardo Megre. Certo é que, tanto a primeira, como a segunda manga, foram largamente elogiadas por todos os pilotos, validando, de certa forma, a opção tomada pela Organização no planeamento do calendário desportivo.

CORRIDA 1

Saindo do primeiro lugar, Ricardo Megre transformou a pole-position obtida para a corrida inaugural num triunfo incontestável. Perante a forte oposição de José Carlos Pires e Francisco Villar, o atual líder do campeonato fez o que tinha prometido — “manter um ritmo consistente e não cometer erros”.

Acabou por se distanciar a partir da entrada do safety-car — que entrou em pista para limpar a sujidade provocada pela saída de Paulo Macedo logo nas voltas iniciais —  e não mais largou a posição até ao fim.

Suspeitando de um aparente problema mecânico, Villar optou por se dirigir às boxes a meio da corrida, deixando, assim, Gonçalo Lobo do Vale ‘sozinho’ no lugar mais baixo do pódio. A segui-lo terminaram Yohan Sousa e o grupo composto por Jota Jota Magalhães, Ricardo Rajani, que partiu de último e fez uma recuperação notável, e Luís Calheiros Ferreira, que acabou por não acertar na decisão de mudar a pressão dos pneus, mas ganhou alento no andamento evidenciado e no facto de se “ter chegado à frente” nas derradeiras voltas.

Oitavo classificado, o regressado Luís Lisboa divertiu-se em pista e provou que, mais do que um excelente Team Manager, o volante ainda é com ele dada a rapidez demonstrada, ao passo que Paulo Costa e Paulo Galveias concluíram a prova ‘colados’ um ao outro. Tal como Francisco Villar, Paulo Macedo acabou por não concluir esta primeira corrida, debatendo-se com dificuldades nas passagens de caixa de velocidades.

Na S1600 ‘Pro’, Sérgio Saraiva capitalizou igualmente na pole-position amealhada para a Corrida 1 para saborear o triunfo, mas teve de ‘suar’ para se ver livre de Rodrigo Galveias. Afastado desde 2014, João Galvão coroou o seu regresso ao Super Seven by Toyo Tires com um belíssimo 3º lugar.

Seguiram-se Luís Filipe Oliveira, que rodava na primeira posição até ficar sem quinta velocidade, Bernardo Bello e Miguel Lobo, este último determinado a melhorar o 5º lugar alcançado na qualificação. Esteve prestes a consegui-lo, mas um erro na última volta fez com que caísse para o 8º posto quando tinha tudo para entrar no pódio. À procura de aumentar o seu conhecimento sobre o carro, André Seabra e Bruno Martins travaram um interessante duelo, cabendo a Pedro Lacerda, que não evitou uma incursão pela gravilha à medida que procurava subir posições, e a Ricardo Migueis, o ‘fecho’ da categoria.

Na S1600 ‘Business’, Pedro Falé aplicou o que já tinha feito na qualificação para levar de vencida a categoria. A ladeá-lo no pódio esteve Nuno Afonso, 2º classificado, e José Kol de Almeida, 3º. Frederico Brion Sanchez e Fernando Costa encerraram a classe.

CORRIDA 2

A pole-position garantida no sábado, em conjunto com alterações na afinação do carro, deixavam José Carlos Pires “otimista” para a segunda corrida. Um ‘arranque-canhão’ fê-lo distanciar-se de Ricardo Megre, mas o piloto do carro nº 17 voltou a encurtar distâncias à passagem da segunda volta. Sucederam-se trocas de posições empolgantes que levantavam a incerteza quanto ao vencedor, mas a ‘dobragem’ dos S1600 estabeleceu, em definitivo, Megre na liderança, que assim festejou mais um triunfo.

A diferença inferior a um décimo de segundo que separou a volta mais rápida de ambos é ilustrativa da reduzida margem que os separava, bem como da melhoria que existiu de uma corrida para a outra no esforço conjunto realizado por José Carlos Pires e a sua equipa.

No lugar mais baixo do pódio ficou Francisco Villar, que desta forma mitigou o resultado da corrida anterior, dando corpo às excelentes indicações deixadas na qualificação. Seguiram-se Diogo Costa, que no lugar do pai, Paulo, envolveu-se numa disputa bem animada com Gonçalo Lobo Vale, Yohan Sousa e Luís Calheiros Ferreira.

“Mais satisfeito” com o seu Caterham, Ricardo Rajani exprimiu isso mesmo em pista, acabando por terminar num sólido 8º posto. Já Luís Lisboa e Paulo Macedo não se ‘largaram’ durante toda a corrida. De fora com problemas mecânicos ficaram Jota Jota Magalhães e Paulo Galveias.

Nos S1600 ‘Pro’, Rodrigo Galveias voltou a ter de se desenvencilhar de um ‘Saraiva’, com Sérgio a dar lugar ao primo, David. Depois de um embate sem tréguas, um toque nos instantes finais da corrida acabou por comprometer irremediavelmente o resultado de ambos.

Se Sérgio caiu para o fim do pelotão, Rodrigo viria a ser sancionado no final da prova pelo incidente, perdendo assim o triunfo obtido na linha da meta. Saíram, assim, beneficiados o impressionante Diogo Lopes, 1º classificado, e igualmente João Galvão e Pedro Lacerda. Os lugares entre o 4º e o 6º posto foram ocupados por Bernardo Bello, Hugo Calçado e André Seabra.

Autor das duas pole-positions da classe S1600 ‘Business’, Pedro Falé venceu também as duas corridas. A acompanhá-lo no segundo posto esteve novamente Nuno Afonso, mas desta feita foi Frederico Brion Sanchez a encerrar o pódio.

No lugar de Luís Filipe Oliveira, o ‘Business’ Paulo Leitão teve uma corrida difícil à conta de um problema na caixa de velocidades, mas deixou sinais positivos para a próxima jornada. À sua frente terminou Fernando Costa.

Entusiasmado com as lutas travadas em pista ao longo desta segunda ronda do Super Seven by Toyo Tires 2018, Tiago Raposo Magalhães faz “um balanço fantástico” do fim-de-semana, salientando o ambiente vivido pelos pilotos e suas famílias:

“Esta visita a Madrid e ao Circuito de Jarama são sempre encaradas com grande entusiasmo pela família Super Seven by Toyo Tires. Às emoções do traçado junta-se uma componente social muito saudável, dentro e fora da pista. Integrado no estupendo ambiente do Jarama Classic, penso que não poderíamos ter tido uma melhor experiência neste fim-de-semana, até pelas grandes disputas que assistimos em todas as categorias”, assinalou o responsável da CRM Motorsport.

Concluídas as duas primeiras provas do campeonato, as emoções do Super Seven by Toyo Tyres 2018 regressam a 7 e 8 de Setembro, para a prova extra-campeonato que se irá realizar no Circuito de Barcelona.