A participação de Luís Calheiros Ferreira na segunda ronda extra do Super 7 by Kia foi perfeita. Depois da ausência em Silverstone, o piloto que venceu a categoria Business da competição em 2016 teve a oportunidade de, finalmente, se estrear nos R300. E que estreia. Em Oulton Park, começou esta nova etapa da sua carreira da melhor forma e obteve dois triunfos.
“Adorei a experiência em Oulton Park. Não podia ambicionar uma estreia melhor. Cheguei aqui com o objectivo de conhecer o carro, ganhar ritmo competitivo e preparar a época em que os pontos já contam. Mas não escondo que fazer tudo isso e vencer as duas corridas é fantástico. Nem acreditava, mas é verdade. A pista de Oulton Park foi surpreendente. Requer adaptação, mas garante emoções fortes. Relativamente ao R300, excedeu claramente as minhas expectativas. Nervoso, muito rápido e apaixonante para qualquer piloto. A relação de caixa é muito diferente do 1600, e os travões são bem mais eficientes. É um carro que me encanta desde o primeiro momento. Agora preciso de me habituar, ganhar consistência, de adaptar a minha condução à realidade do R300 e melhorar a eficiência em pista”, afirmou Luís Calheiros Ferreira.
Chegado a Inglaterra, tudo era novo para Luís Calheiros Ferreira. Sem competir desde dezembro, mês em que participou numa prova de resistência em Braga, o piloto que venceu entre os rookies das Single Seater Series do ano passado, apenas conhecia a versão virtual do circuito inglês. E o primeiro contacto com a pista não foi o ideal. “Tivemos uma primeira sessão de treinos à chuva. Estas condições apenas me permitiram conhecer o traçado ‘real’ e sentir um pouco melhor o que já tinha imaginado no simulador”, explicou o piloto.
Na segunda oportunidade em que as equipas tiveram na pista, o piso já estava seco. “Consegui, gradualmente, melhorar os tempos, rodando em 1m52s quando o mais rápido rodou em 1m50s. Para a qualificação arriscámos numa mudança de setup para tentar alcançar essa marca. Não se revelou muito eficiente porque não consegui baixar do 1m54s. Coloquei o meu carro na 17ª posição de partida para a corrida 1, enquanto para a segunda fiquei com o 18º posto na grelha”, contou.
De regresso à pista para discutir posições com os adversários, Luís Calheiros Ferreira sentiu muitas dificuldades. “Nunca tinha feito uma partida em prova e não me senti à vontade com a embraiagem. Perdi duas posições, mas com o ritmo que ganhei, tentei manter a consistência nos tempos por volta. Foi a primeira vez que andei na pista de Oulton Park o que foi um duro handicap pois a pista era muito estreita, muito rápida e qualquer erro pode sair muito caro. Com a afinação do carro corrigida consegui alcançar tempos de 1m52s e 1m53s com regularidade, o que permitiu alcançar um 13º lugar à geral e ser o primeiro dos portugueses”, sublinhou.
Na segunda corrida, Luís Calheiros Ferreira partiu melhor, mas não evitou a queda de um lugar. Voltou a ser consistente, desta vez em 1m52s. A melhor volta foi realizada em 1m51,9s (melhor marca nacional). No final, acabou em 14º à geral e voltou a vencer entre as formações portuguesas.
Concluída a participação em Oulton Park, Luís Calheiros Ferreira vai começar a preparar a participação em Spa-Francorchamps. Entre os dias 23 e 25 de junho, o piloto de Lisboa vai competir numa das pistas míticas da história do desporto automóvel.