Grupo 1 despedem-se de 2016 com grande corrida no Estoril

Foi com duas horas de resistência ao anoitecer que terminou mais uma temporada do Classic Super Stock, o campeonato organizado pela RaceReady, que promove a competição a custos controlados. Perante uma das maiores grelhas do ano, a corrida de 250 quilómetros foi emocionante com automóveis de várias categorias a discutirem posições entre si. No final, já com o Autódromo do Estoril iluminado pela luz artificial, Carlos Dias Pedro foi o primeiro a ver a última bandeira de xadrez de 2016 com o Ford Escort RS1200.

25 equipas nacionais, a quem se juntou uma formação inglesa com um Ford Capri, tiveram as honras de fechar a competição de um intenso fim-de-semana de corridas que decorreu no Autódromo do Estoril. O Classic Super Stock, competição criada para trazer modelos icónicos e irreverentes para as pistas, como o Ford Escort RS1200, os Volkswagen GTI ou os Datsun 1200 do troféu, fechou a temporada em ambiente de festa.

No momento de estabelecer a melhor marca para a definição da grelha de partida, a formação estrangeira, constituída por Poschiol/Hanson colocou o Ford Capri na pole-position. Nada mais nada menos que um dos poucos Ford Capri que correu na exclusiva corrida para Grupos 1 em Goodwood e onde são permitidas outras liberdades técnicas. Cedo se percebeu que o carro “inglês” tinha condições para se superiorizar à concorrência. Mas Carlos Dias Pedro, que desta vez se fez acompanhar de Ricardo Pereira, o preparador do Escort RS1200, não se deu por vencido apesar da forma clara como a equipa britânica obteve o registo mais baixo da qualificação.

A corrida teve início com a ameaça do sol que se preparava para despedir e deixar chegar a noite. Tornava o desafio para os concorrentes ainda mais exigente mas, por outro lado, proporcionava um ambiente único a fazer lembrar Le Mans proporcionando uma experiência inesquecível para quem esteve no Autódromo do Estoril a acompanhar a derradeira corrida do programa desportivo do fim-de-semana. Mais competitivo que os restantes automóveis, o Ford Capri distanciou-se, mas não por muito tempo. A equipa inglesa sofreu uma penalização, mas manteve-se na liderança. No entanto à entrada para o ultimo turno teve de reabastecer e o tempo perdido foi irremediável e a dupla Dias Pedro/Pereira aproveitou a oportunidade para conseguir o triunfo para além de ter ficado em primeiro na categoria E4. A formação britânica acabou na frente da classe F4 e a família Pinto, com Simplício e Marco aos comandos do BMW 2002 TI, foi a melhor na classe Invitation.

Os 250 KM CSS Group 1 ficaram marcados pela enorme variedade de modelos presentes e pelas constantes trocas de posições, mesmo entre equipas que não discutiam lugares nas mesmas categorias. O facto de a maioria destes modelos não ter potências elevadas faz com que tenham andamentos parecidos mas os erros podem custar caro, o que potencia as inúmeras variações na classificação. Entre a armada de Volkswagen Golf GTI, que voltou a estar bem representada, Carlos e Nuno Matos venceram, o que significou o triunfo na classe D4 já na última volta após a família Faria perder tempo devido a ter pouca gasolina no depósito no seu carro. Madalena Gaspar, Larama Larama e Aníbal Rolo partilharam a condução do Datsun 1200 GX para triunfarem na classe C2 que teve mais participantes do que o habitual com a presença de alguns Datsun do troféu.

Destaque para a presença de sete Mini, seis dos quais integrarão um futuro troféu monomarca que vai nascer em 2017. Neste particular, Fernando Soares e Gonçalo Gomes estiveram em destaque uma corrida exclusiva dentro dos 250 KM CSS Group 1. Uma nota final para a dupla carismática Veloso Amaral/Miguel Barata que competiu com o Datsun 1000 e foi ao pódio receber o prémio da categoria B2.

“Esta corrida de duas horas do Classic Super Stock deixou evidente que há espaço para uma competição de clássicos com custos controlados e que seja aliciante para quem corre, mas também para quem assiste com os carros a apresentarem andamentos muito semelhantes. Fechámos o ano com mais de 25 carros em pista, o que revela um crescente interesse na competição. A ideia é fazer do CSS, um campeonato universal que promove a participação de grupos de amigos que nutrem uma paixão muito grande por automóveis. Vamos preparar algumas novidades para 2017 no sentido de fazer a competição crescer”, explicou o organizador, Diogo Ferrão.