Super Seven by Toyo Tires provoca enchente em Portimão

Depois da tempestade, a bonança. Se a chuva marcou a qualificação, o sol impôs-se nas quatro corridas desta penúltima jornada do Super Seven by Toyo Tires, fazendo justiça a um figurino tão especial, marcado pela presença da maior lista de inscritos de 2018 num dos palcos mais bonitos para a prática do automobilismo — o Autódromo Internacional do Algarve!

GALVEIAS SOBRESSAI NA S1600 PRO

Capitalizando no primeiro lugar da grelha, Rodrigo Galveias teve em Portimão um fim-de-semana de sonho, festejando o primeiro lugar do pódio nas duas contendas em disputa. Se na primeira corrida conseguiu colar-se ao grupo formado pelos pilotos ingleses da 7 Race Series e estabelecer uma pequena distância para os seus mais diretos adversários, teve vida bem mais difícil na segunda, tendo de segurar os ímpetos do mais direto perseguidor no campeonato, Sérgio Saraiva.

“Foi muito positivo. Estou muito contente, estava mais preocupado na segunda corrida porque sabia que o Sérgio ia aproveitar esta segunda tentativa para ficar à minha frente. Ele não conseguiu separar-se do outro pelotão, mas vivi momentos mais stressantes”, afirmou o piloto da BCM Sports.                      

SARAIVA E FILIPE OLIVEIRA NO PÓDIO

Sérgio Saraiva, por seu turno, minimizou os danos da primeira corrida, em que problemas mecânicos impediram-no de demonstrar o seu valor em pista, para festejar mais um pódio na Corrida 2, obtendo o 2º lugar entre os pilotos portugueses e manter-se “na luta” com Rodrigo Galveias: “Tenho de agradecer ao meu primo David por me ter cedido o seu lugar para que eu pudesse participar nesta corrida. Depois dos problemas sentidos na Corrida 1, conseguimos dar a volta na segunda e limitar os danos no campeonato”.

Também em bom plano esteve Luís Filipe Oliveira, que assegurou no Algarve a 3ª posição do campeonato na categoria S1600 Pro. O piloto do Caterham nº 24 travou um bonito duelo à geral com o ‘Business’ Pedro Falé na primeira corrida, sentindo-se cada vez mais à vontade com o carro e a sua condução:

“Foi uma corrida disputada do início ao fim, consegui fazer um bom arranque e recuperar posições. Depois tive uma disputa a toda a linha com o Pedro Falé, em que o resultado pendeu para o meu lado por 47 milésimos. Foi uma luta marcada pelo desportivismo e fair-play e estou obviamente muito satisfeito”, afirmou, depois de garantir a 2ª posição do pódio da S1600, à frente de Bernardo Bello.

TERCEIRO LUGAR PARA BELLO E LOBO

Bello e Miguel Lobo acabaram por ser também figuras de destaque durante o fim-de-semana. Apesar do desconhecimento da pista, o piloto do Caterham nº 57 manteve-se no ritmo dos rivais, mas usou novamente o pragmatismo para garantir pontos importantes para o campeonato:

“Foi a minha primeira vez nesta pista. Arranquei muito bem e percebi que tinha o Pedro Falé e o Luís Filipe Oliveira à minha frente, mas que não tinha andamento para eles. Tomei a decisão de não ir atrás deste grupo e esperar um erro, garantindo um resultado importante para o campeonato”, confirmou.

Já Miguel Lobo recuperou o sorriso naquele que tem sido um ano atípico para o piloto algarvio, marcado por algumas contrariedades: “Foi uma corrida fantástica! Tem sido um ano difícil e conseguir este pódio em casa deixa-me realmente muito satisfeito. É ótimo correr no Algarve e mais ainda com esta moldura de Super Seven by Toyo Tires, com grelhas preenchidíssimas que trazem um aliciante ainda maior à competição e permitem-nos evoluir enquanto pilotos”.

FALÉ E LEITÃO VENCEM NA S1600 BUSINESS

Cada vez mais próximos dos pilotos que militam na S1600 Pro, os participantes na categoria Business provaram no Algarve que a experiência amealhada com os Caterham começa a fazer a diferença.

Tanto Pedro Falé como Paulo Leitão tiveram desempenhos notáveis que os conduziram a duas vitórias na classe Business. Pelo caminho, superaram, respetivamente, Frederico Brion Sanchez e Nuno Afonso na Corrida 1, e José Kol Almeida e novamente Frederico Brion Sanchez na Corrida 2.

“Diverti-me imenso, tanto contra o Paulo Leitão como com o José Kol Almeida – os meus mais diretos adversários na luta pelo título da categoria Business. Apesar da desclassificação na última corrida à conta de uma pequena infração regulamentar que não me trouxe qualquer vantagem competitiva, vou bastante tranquilo para o Estoril e espero agora garantir o objetivo de ser campeão!”, revelou Pedro Falé.

Encantado com a disputa e a sua prestação no Autódromo Internacional do Algarve, Paulo Leitão confessou sentir-se mais à vontade com o Caterham: “Desta vez consegui acabar a corrida, ir ao pódio, lutar! Estou muito mais habituado ao carro do que antigamente e desde a prova extra-campeonato em Barcelona que me sinto capaz de lutar com o Pedro, que é o primeiro classificado da Business. Correr no AIA é muito aliciante e tivemos uma luta espetacular”, fez notar.

Se José Kol Almeida salientou o facto de se sentir cada vez mais à vontade com o carro, Frederico Brion Sanchez reforçou a “evolução francamente positiva” dos seus tempos por volta, bem como o espírito do Troféu: “Estou a divertir-me e a evoluir, e é para isso que aqui estou”, garantiu.

Autor de uma grande recuperação na Corrida 1, Nuno Afonso viria a repetir o resultado logo depois, superando assim um fim-de-semana em que sentiu “muitas dificuldades” nos treinos livres e cronometrados. 

PIRES DOMINA 420R PRO

Sempre na luta com os ingleses e revitalizando as suas hipóteses de renovar o título na categoria, José Carlos Pires sai do Portimão Racing Weekend satisfeito com o seu desempenho. Somou mais dois triunfos ao currículo e capitalizou nas dificuldades sentidas pelo seu mais direto adversário, Ricardo Megre, para tornar ainda mais emocionante a luta pelo campeonato.

“Foi um fim-de-semana muito positivo em que só nos faltou a pole-position na sexta-feira. Foram duas corridas muito intensas, a segunda foi melhor, porque como já tinha a vitória e a volta mais rápida garantida no dia anterior, fiz de tudo para tentar ganhar à geral. Estive a um passo de consegui-lo, mas terminei em 3º da geral e 1º dos portugueses, enquanto o Ricardo Megre, que é o meu principal adversário na revalidação do título, voltou a ficar atrás de mim”, comentou.

VILLAR E LOBO DO VALE NA LUTA COM OS INGLESES

A dividir as atenções no 2º lugar do pódio estiveram Francisco Villar, na Corrida 1, e Gonçalo Lobo do Vale, na Corrida 2. Tal como José Carlos Pires, tanto um, como o outro deram muitas dores de cabeça aos concorrentes ingleses e mantiveram-se sempre na luta pelos lugares da frente à geral.

“Depois de estragar tudo na qualificação com um erro meu e dar trabalho à equipa, acabei por ter uma corrida muito gira. Terminei no grupo da frente, que era o meu objetivo, passei muita gente, diverti-me – que é o espírito do Super Seven by Toyo Tires — e as coisas acabaram por correr bem, porque terminei no 2º lugar entre os portugueses. Correr com tanta gente em pista é incrível e mais ainda num cenário como o do Autódromo Internacional do Algarve”, assegurou Francisco Villar.

Apesar de não ter conseguido capitalizar na pole-position obtida na sexta-feira, Gonçalo Lobo do Vale sai de Portimão com sensações positivas: “O fim-de-semana começou bastante bem com a pole-position para as duas corridas, numa pista alagada —  e eu gosto muito de andar à chuva. No sábado dei um toque ainda na primeira volta, que deixou o carro um bocadinho instável e fez-me perder alguma confiança, impedindo-me de ter aquele andamento de que eu gostaria. Hoje consegui fazer um bom arranque, mantive-me no grupo da frente, com um andamento consistente, fazendo parte de um grupo de cinco pilotos em posição de lutar pela vitória à geral. Acabei por terminar em 5º da geral e 2º entre os portugueses, o que me mantém na luta pela 3ª posição do Troféu com o Francisco Villar. Embora chegar ao título seja difícil, ainda é possível e tudo pode acontecer no Estoril. Obviamente que não depende só de mim, mas estamos na luta, que era o que eu queria”, comentou o piloto da BCM Sports.

JJ MAGALHÃES E RICARDO MEGRE NO PÓDIO

Satisfeito com o melhor resultado da carreira na categoria 420R, JJ Magalhães dedicou o pódio ao Team Nuorte pelo enorme trabalho que a equipa teve em mudar o volante do lado esquerdo para o direito. Apesar de arrancar “muito mal” na corrida e ficar sem espelhos logo na primeira volta, o piloto conseguiu ganhar posições e aplicar a velocidade do carro.

Já Ricardo Megre minimizou os danos num fim-de-semana que não lhe correu de feição: “Tivemos que mudar o carro para fazer uma corrida do campeonato francês mas o set-up não se adequava a esta pista, levando-me a sentir grandes problemas na travagem, ao ponto de partir o semi-eixo na Corrida 1. Procurámos mudar algumas coisas para hoje, mas não de forma drástica, já que não podia ter outro zero. Tive que me contentar com o 3º lugar entre os pilotos nacionais para pelo menos manter acesa a luta pelo título no Estoril”, descreveu o piloto da Pneuvita Atomic.

TUDO POR DECIDIR NO ESTORIL RACING FESTIVAL

Fazendo o balanço de um fim-de-semana recordista no número de carros presentes, com 73 Caterham a pintarem o traçado do Autódromo Internacional do Algarve, Tiago Raposo Magalhães celebrou o comportamento dos pilotos na grelha partilhada com os concorrentes britânicos da McMillan Motorsport:

“Assistimos a quatro corridas incríveis marcadas pela indefinição do resultado e que voltaram a provar a qualidade dos nossos pilotos face aos concorrentes mais experientes da 7 Race Series. Mais de 70 carros e pilotos em pista provam a vitalidade do campeonato e no Estoril teremos ainda mais elementos de interesse, uma vez que as três categorias em disputa — 420R, S1600 Pro e S1600 Business — serão decididas dentro de três semanas, por ocasião do Estoril Racing Festival”, reforçou o responsável da CRM Motorsport. 

“Com pontos a dobrar e o dobro do tempo de pista, estou certo de que teremos mais um final memorável de um Troféu que celebra em 2018 dez anos de atividade em contínuo crescimento”, concluiu.